Ludibriando-me.
Cansado, esmagado e
ludibriado,
Vejo-me no mesmo mar por volta das
mesmas flores,
Com as águas mansas,
que enganam o mar.
A terra seca, que sustenta
a árvore de outrora, faz andar as marcas do futuro.
Todavia, parece que nada mais segura
esse caminhar, no mar da árvore de outrora do futuro,
É como se ao caminhar soubesse que bem
lá na frente, distante, houvesse um precipício,
Daqueles que o levam para o fundo do
poço, de onde ninguém mais consegue retirá-lo.
O céu que antes era azul e
brilhante do ressoar da vida, agora é cinza e raramente se vê o
sol.
O sol parece que é coisa de outro
mundo, tudo agora é ilusório, a árvore, o mar, as flores.
Em meio a estrada expandem-se as lágrimas secas,
rugosas e generantes, tudo isso porque os pássaros caem dos
céus como se estivessem sendo escandecidos pelo sol que não
brilha como diz.
As marcas do chão, são pássaros
cheios de sangue que fazem as pegadas inigualáveis ao que
antes fora visto.
Em meio a longa estrada que parece
interrupta, resistente ao tempo, os passos são lentos e
desconfiados. As lágrimas secas o fazem olhar para trás, não porque
querer voltar, mas porque a estrada, apesar de ter o caminho da frente, permanece
inalterada aos seus sentimentos de culpa, de medo, de
propiciação, fazendo um caminho sem indulgência, mas, sobretudo, sem
vontade de ser feliz.
Eis aqui um escarnecedor do amor, pois segue amante de outrora e fidelizado ao agora. Sem
alternativas seguras para criar reformas na estrada o mar o ilude,
o agarra e o transforma em um ser sem vida, deslampejado de si e
exausto deles.
O ciclo sempre recomeça, mas a história
contada nunca deixa de ser a mesma.
"por versos
cantei, por versos o fiz,
Aqui estarei, até que
o que é pó retorne ao espírito
E assim siga seu rumo
diante dos homens"
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