A Chuva da Vida



Tudo na vida é quase como ciclo da água da chuva... 
Sim, o negócio esquenta até os limites mais altos.. vira gota, forma uma nuvem carregada. De repente, começa a dar uns pingos e então chove. Depende da intensidade, vem uma chuva gostosa, que dá vontade de ficar em baixo, as vezes é mais densa que a gente precisa se esconder, outras são mais agressivas, caem pedras congeladas e algumas ameaçam nossa vida, causando medo. 
Quando eu era criança e chovia, minha avó pedia para tampar todos os espelhos, ficar em silêncio, acendia uma vela e esperava a chuva passar com suas orações, ninguém podia estar descalço e nem sem camisa, corria o risco de atrair um raio, pegar em metal nem pensar. 
A analogia de tampar os espelhos, acender a vela e rezar, talvez seja porque a gente já não consegue ver mais o espelho como deveria, a gente não olha mais nos nossos próprios olhos. A gente olha o todo e o todo é só defeito ou vaidade demais. Acender uma vela e rezar, talvez a dica seja essa; olhar para dentro de si, se conectar com algo que creia, esperar confiante que o mal tempo vai passar. 
Quando se trata do amor, nossa como é casado com a chuva. Começa tímido, vai aumentando a intensidade, pode virar mar e durar por um longo período, pode virar rio e seguir em frente buscando sempre um novo caminho junto, pode virar poça e durar dias, meses e secar rapidamente ou pode apenas chegar na terra, molhar e desaparecer. Alguns serão tempestuosos, outros serão a chuva leve e gostosa, outros que precisam se esconder e certos amores nos darão medo. 
Mas para qualquer um deles e para qualquer momento da vida, será preciso estar calçado... Não andar com os pés descalços para não esfolar o que nos sustenta em pé... A gente precisa aprender a se proteger da chuva sim, mas também a usar o que ela nos trás de bom... 
Qual seu olhar sobre a chuva da vida hoje? 

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