InterSentimento: um romance histórico

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As vezes é muito difícil colocar o coração em um só lugar.
São tantos "eus" que me habitam, que querem estar em tantos lugares, em tantos momentos, que amam a tantas pessoas, cada uma com sua particularidade.
É terrível ter que fazer escolhas, ser mais egoísta consigo mesmo. Estabelecer uma relação do que é a escolha certa, ao passo que não estabelecer significa que tudo é correto?
Estar no entre-lugar,  termo cultuado por Silviano Santiago, Homi Bhabha,  para refletir o sujeito que não está nem em um local, nem em outro, mas está entre. Como é estar entre- o- coração?
O medo dos seus olhos me guiaram por algum tempo, toda a recusa a uma entrega incontrolável é evidente. Não saber lidar com o que não viveu vai além de maturidade, de certo e errado, de valores, vai para o aqui-agora- termo empregado no teatro para definir o que acontece apenas nesse momento, não em nenhum outro e que mesmo repetido nunca será este de agora - , talvez estejamos falando de uma vivência performativa do amor? Dos sentidos? Dos sentimentos indefinidos? Do momento? De Agora me é mais apropriado.
Eu sempre soube que quando pensasse em alguém e a respiração fosse mais profunda, era sinal de cilada. De jogado do cupido, mas se tratando de um canceriano, é intensidade. Drummond disse em seu poema “ O amor bate na Aorta” que “Essa ferida meu bem, as vezes sara amanhã, as vezes sara nunca”.
Como conceituar algo que não se define? Que por si só “não se reprime”, não se aguenta.  Esperar é ansioso, mais sentir... ah sentir é quase um crime. “Mas amar você é um crime que compensa”, cantariam os Pimentas do Reino, sucesso com Cláudia Leite.
Pois é, estou aqui nesses metatextos, intertextos, multitextos, transtextos, pautado em metasentimentos, intersentimentos, multisentimentos, transentimentos, para dizer que Cazuza estava certo: o tempo não para. Não para, para tomarmos uma decisão; não para, para que possamos refletir; não para, para que eu canse de estar com você.

São as intransigências do destino... É o primeiro olhar... É tudo isso em um só sentido: O de viver,  aliás, de como viver.....

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