Jantar para dois!



Sim, hoje estive pensando muito nisso: Jantar para dois. Andava pela feira, comprei tudo que precisava. Espere, achei que comprei tudo que precisava. Faltou-me os tomates! Os benditos tomates! Ora, fora por eles que saí de casa. Geralmente nas bancas existem muitos saquinhos prontos de tomates, mas eu tinha bananas, maçãs, tinha cebola, batatas comuns e também batatas doces, pimentão e mexericas...

Sabe, a gente começa a morar sozinho e no começo é bem divertido. Quem não quer sua liberdade? A vida adulta nos impulsiona a isso. A gente vai crescendo e não quer mais dividir o quarto, a gente vai querendo ter o nosso próprio quarto. A gente ganha o quarto e não quer dividir mais nada, cria nossa bolha, fecha a porta do mundo e cria o nosso espaço sideral. Com o tempo, o espaço do quarto não é mais interessante, é preciso algo maior. A gente quer a nossa casa, a nossa vida. A gente vai morar sozinho. Urrul! Sem hora para chegar em casa, sem supervisão, sem tempo, sem dinheiro, sem almoço pronto, sem roupa lavada, sem ninguém... porque os amigos são momentâneos, tudo muda. A vida muda a gente. 

Aí, o que a gente percebe é que não é bom ficar tanto tempo sozinho. Que fazer comida para um todo dia é um saco e a gente para de cozinhar. A gente se entope de filmes e séries e doces e pizza! Mas na verdade a gente quer é fazer comida para dois. A gente quer é ir no cinema acompanhado. A gente quer é poder abraçar alguém na hora de dormir. A gente quer ter com quem brigar e pedir desculpas. A gente quer ter uma noite quente todo dia. A gente quer jantar para dois.
 Tinha tudo que precisava, menos o que foi o motivo de estar ali: os tomates. E a gente faz isso o tempo todo. A gente quer tomates, mas vai a feira e percebe a variedade de legumes, vai pegando, pegando e deixa o foco principal. A gente deixa os tomates. A gente deixa os tomates. Andei novamente pela feirinha, comprei dois sacos de tomates. Dois, porque quando é para dois a gente não esquece.

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