Um Louco
Um
louco
Ele que sai correndo
desesperado andando sobre as águas,
Buscando o que estava
perdido no Baú fechado a sete chaves
Que revelava a
necessidade de não precisar de nada além do amor.
Amor este que desprezava
o amado, que maltratava a Imaginação.
O louco que pulava
coradas paradas em roda de pião, catando as bolas de grude
Presas ao chão, deixadas
ali por um garoto levado que obedecia a sua mãe ao jogar os restos no lixo.
O louco que demonstrava
tamanho amor e dedicação aos que ele tanto odiava
Arrumando a confusão,
salientando a emoção, cicatrizando a fantasia
Ele que regava flores com
o ardor do mundo e as fazia crescer forte
O mesmo homem que várias
vezes se fizera mulher
A mesma mulher que se
fizera criança, a criança que se fizera Deus.
O doido varrido, o Segismundo
vestindo terno de grife
Que ao invés de rasgar
dinheiro, rasgava as contas a pagar
Bebia o leite das
ovelhas, a cerveja da maternidade.
Escondia os sentimentos
explodindo de tanto sentir
Flertando o Futuro
escondia-se em um olhar.
O doido que
deliberadamente ousou usar
Ousou falar, ousou
buscar, ousou lutar.
O Louco violado que se
fez sonhar.
Ele simplesmente
desapareceu em uma longa valsa com o luar,
Cuja noite se fez chorar
e o sol se fez arder.
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