Meu amor


Oi, sou eu aqui de novo, em meio as minhas memórias, resgatando cacos e tecendo Adeus! Estou aqui olhando a última imagem que eu tenho sua no meu telefone. Você dormindo. É , eu gostava de te ver dormir. Dormir na minha cama, na minha casa, no meu lar. E, talvez, haja tantos "meu" nessa oração para delimitar pose de algo que eu não tive. O fato é que nesse amarrado de memória tem eu, tem você, tem você sem mim dormindo na minha cama antes de me deixar dormir sozinho lá. Tem eu arramando os fios que iam se soltando na relação, costurando os rasgados, segurando o que estava despencando, tem eu, lutando para que o amor estivesse onde, talvez, nunca esteve. 

E tem um mês. Um mês de (re)conhecimento de mim sem você, de saber quem eu sou, onde eu vou e o que eu faço com o vazio que há entre nós. Tem um eu que te observa de longe querendo estar perto. Tem um eu acolhido por tanto amor de tantos lados que chego a pensar que não mereço tanto, pois o único amor que eu queria não me quis. Tem esse oco batendo na mente, martelando o coração, quebrando as paredes que eu levantei  e desabaram quando ouvi: "Eu não te amo mais". Tem esse movimento que não entende o porquê esperou tanto tempo para se pronunciar, o porquê esperou eu me apaixonar, o porquê esperou eu me apegar, o porquê esperou eu te esperar, o porquê esperou eu me renunciar...?!?! 

Ouço uma música e vejo você, recebo os amigos e sinto sua falta, faço planos que faltam nós dois. Sinto que meu egoísmo deu espaço para um ego duplo em que deveríamos ter vivido. Sinto falta disso, de ter viajado com você, de ter te mostrado tudo que ainda não viu, de ter te beijado em um local público, de ter te feito sorrir com as minhas asneiras da vida como você me fez, muitas vezes. Sinto que estou transFORMADO. Sinto que tudo aconteceu no tempo certo, mas com gostinho de que poderia ter sido muito mais. E, não! Eu não quero encontrar alguém especial. Alguém especial passou por mim e entendo que se foi porque não sabia onde queria estar. 

Esse alguém me deu a consciência de quem eu quero ao meu lado, mas confesso que é difícil esquecer meu corpo sobre o seu, seus olhos de cílios longos e seu medo de sorrir. Acho que eu devia ter percebido aí. Alguém que tem medo de sorrir está fadado a não saber aproveitar a felicidade que tem. Espero que sorria para vida como quando você fala das canções que ama, dos amigos que teve, dos discos que ouvia. Você nunca falou assim de mim, eu devia ter notado. Eu falo de você como uma chama que não se apaga, como uma luz que cruzou o meu caminho que mostrou um caminho que eu não conhecia ainda. 

De toda forma, obrigado. Entre erros e acertos, eu fui de ACEITOS. Aceitei suas limitações, suas falhas, seus medos, suas inseguranças, como aceitei o fim. E mesmo que a memória queira resgatar algo bom de ti, eu sei que você não foi só uma perda, porque eu também fui. E sei que me perder também não deve ser fácil. E, não! Não estou me achando e nem me vangloriando, estou apenas dizendo que é difícil perder alguém que nos ama de verdade. E que, talvez, numa próxima, você entenda a minha importância e receba a minha ausência como um tesouro perdido e não como uma liberdade alcançada. 

É isso, amor. É, eu sei o seu nome. Mas, amor é algo que a gente diz quando ama, por isso sempre me chamou de Johnny, não é amor? Que possamos rir de tudo isso um dia, porque o amor não acaba ele se transFORMA: em ódio ou em amizade. Qual a sua escolha hoje? Fique bem, meu amigo, amor.  

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