DO SER ADULTO

Eu sempre acreditei que as coisas pudessem ser melhores.

Quando somos crianças tudo em nós nos torna forte, apesar do choro podemos ser Super-Heróis. Com o passar do tempo vamos perdendo essa força, pois vão nos mostrando que os contos de fadas eram bobagem, que o coelho da páscoa é uma farsa e que o papai Noel nada mais é do que uma grande mentira.

Os adultos esperam que as crianças sejam fortes, que tenham esperança e fé, mas a primeira coisa que fazem quando crescemos é nos decepcionar e quebrar com a nossa imaginação. Pais não façam isso, não iludam seus filhos ou eles serão facilmente enganados.

Apesar de todo esse pensamento, que nada mais é que uma reflexão pessoal, eu sinto que todo choro que havia era algo gostoso, se eu chorava era por algo que eu fiz e logo esquecia e continuava tentando porque acreditava nas minhas esperanças... com isso eu aprendi que chorar pelo que fazemos é lindo. E que o choro sempre estará presente em minha vida, hoje, graças a Deus, tenho chorado mais de felicidade.

Lembro-me do meu tempo de adolescência, das brincadeiras, das pessoas, dos medos, dos anseios, da vida que eu imaginava que teria... como era bom sonhar.  O tempo passou e não dei atenção aos meus sonhos, me perdi no tempo em meio à multidão que me levou, deixando pessoas para trás e adicionando pessoas pelo caminho.

Ganhar responsabilidades era mais engraçado quando eu queria me sentir importante e útil na infância: brincar de ser adulto era bem mais interessante. Hoje o que me resta, às vezes, é tentar brincar de ser criança, mesmo que seja sem intenção. Cantar sozinho no espelho, imaginar algo que só é possível na minha mente, ouvir músicas que fizeram parte da minha fase de criança e cantar feito um tonto e rir disso. Ou, então, encontrar algum velho amigo e rir de coisas que fazíamos e quando o assunto acaba o silêncio paira sobre nós.

Ao mesmo tempo que o futuro me é interessante e aspirado a cada momento, lá terei uma vida melhor, um emprego melhor e serei mais realizado; porque ser feliz independe disso, ser feliz é seguir aquilo que você não pode fugir.

Aquela fotografia, aquelas pessoas, aqueles sonhos, aquela criança, quem são?

Talvez sejam apenas a base para sua formação humana, mas, para mim, são meus amigos, são pessoas que fizeram e, indiretamente, fazem parte de mim.