- As coisas não mudam, elas se transformam ...

 Parece engraçado como a vida e o sentido dela se alteram a cada etapa de nossa existência. 
As vezes as mudanças ocorrem pelo simples fato de não termos mais força para continuar... As vezes por estarmos maduros demais para sustentar as ideias passadas.... As vezes por circunstancia da etapa em que vivemos e do que construímos para nós. 
Os nossos primeiros sonhos e medos aparecem na infância, a cada passo que damos nos vemos obrigados a vencer um obstaculo, a medida que vamos conhecendo o mundo tudo vai se transformando, assim como nós e nosso corpo. E essa sensação de mudança nem sempre parece boa. 
A primeira coisa que queremos é brincar, rir, ser feliz no nosso subconsciente,  afinal até certa idade infantil temos tudo que queremos, muitas vezes controlamos nossas vontades com os pais, somos os queridos, os cuidados e os amados, até que chega o dia em que levamos a nossa primeira advertência ou a primeira palmada, com  o único objetivo de correção. O que nos questiona, e nós coloca a prova mesmo que ainda não saibamos disso. Com esse contexto de mudança vem a responsabilidade que levaremos por um longo tempo: o de ir a escola, sair do seu aconchego com a família, é a primeira vez que você sai das asas de sua mãe e tem que aprender a voar, e voar alto. De primeiro momento  não nos acostumamos fácil com a ideia e muitos chegam a chorar com a perda da sua privacidade, daquilo que nos sentimos seguros, entramos então além do mundo escolar, mas dentro do mundo social, e acredite nosso primeiro contato com este mundo é terrível.

Com a nossa capacidade de se socializar com outras crianças, vêm as coisas boas também como as brincadeiras, os tombos, as primeiras brigas de nossa vida, e as primeiras ilusões que nos fazem acreditar. 
Surgem as fadas, as bruxas, os super heróis, os bichos papões, os homens do saco... 
Ao crescer mais um pouco encontramos as loiras do banheiro, os cadeirudos, os chupas cabras e os ETs... nesta mesma época descobrimos que o papai Noel, o coelhinho da páscoa, e a fada dos dentes eram apenas ilusões, alguns chegam realmente a se decepcionar com isso. 
Talvez seja por isso que a adolescência seja a majestosa era do descobrimento, onde encontramos coisas certas e erradas que nós mesmos queremos descobrir se é exatamente como nos contaram, para saber se não nós iludiram como fizeram com as fadas, as bruxas e o Papai Noel. 

Aí de repente somos quase adultos, alguns levam isso a sério, outros ainda parecem crianças e outros vivem isso de verdade, parece que os últimos anos da adolescência são os mais confusos, pois já descobrimos o que é certo e errado, já vivemos amores, já sabemos o que é responsabilidade e na verdade não sabemos ao certo como lidar com tanta informação e sentimento, por isso a revolta  ou por isso o "nem aí". 
Os estudos ? Ha este ficamos naquela de não saber o que vai nos ajudar, em  que vai nos acrescentar estudar... então somos adultos ou estamos nos adaptando a isso, vem a pressão do emprego, a responsabilidade das contas e a consciência de que estudar faz muita diferença no nosso futuro, no nosso estilo de vida e na nossa caminhada pelo futuro. 
Em todo esse tempo,  que na verdade é pouco tempo afinal até este ponto vivemos apenas duas décadas, as nossas vontades e nossos sonhos são adaptados ao que recebemos e ao que agregamos de valor a nossa vida, a educação que recebemos quanto cidadãos e a nossa busca por nós mesmos. 
O que na verdade eu quero dizer é que não importa quantas vezes choramos, quantas vezes nos decepcionamos, ou quantas experiências tivemos, se não soubermos filtrar tudo isso e se não acreditarmos em nós, seremos sempre iludidos, pois é isso que aprendemos desde cedo. As coisas não mudam naturalmente, elas se transformam, quando crianças somos obstinados a amar a família, a fazer cartinhas e homenagens aos pais, ao passar dos anos vamos nos distanciando deles talvez porque eles nos empoem uma série de regras e certos e errados, dos quais nem sempre concordamos, então acabam as homenagens, as cartas, não acaba o amor, mas ele se limita a ficar dentro de nós. 
Não podemos deixar que as mudanças que temos nos transforme em pessoas frias e sem vida, nem acreditar nas máscaras sociais que aprendemos a vestir nos deixe sem subsídios para nós mesmos. 
Pense nisso.

Comentários

Postagens mais visitadas