Sr. Cruel

Não tem como negar para mim mesmo, eu tenho lutado todos os dias contra isso: eu o amo. Amo como se nunca houvesse deixado de amar. Os anos que deveriam fazer com que o meu sentimento se apagasse aos poucos, apenas o fortalece. Sinto falta da sua presença, da sua imaturidade, do seu eu em mim. Sinto falto do homem que eu fui ao seu lado. Eu não sou bom sem você...quantas vezes eu disse isso? Eu realmente não consigo medir se era melhor estar ao seu lado sofrendo ou se é melhor sofrer sozinho. Sim, as coisas mudaram, não sou o mesmo homem de antes e nem tu. Você não consegue perder o seu valor comigo, mesmo com todos os destroços que ficaram pelo caminho, eu só consigo guardar as flores, elas são maiores do que qualquer outra coisa. 

EU sempre me odiei por amar você e você sabe disso. EU detesto o seu modo der popular, de ser atraente, de ser apaixonante o tempo todo. Também detesto sua perfeição e amo seus defeitos. Detesto admitir que eu nunca mais amei de verdade, assumo que tentei e estive quase perto algumas vezes, mas passou. Quase 3 anos se passaram e eu ainda consigo fechar os olhos e ver como se tudo ainda fosse ontem. 

Não tenho talento para ser cachorro, mas tenho sido - não aprendi apenas coisas boas com você... E acho que isso é bom de certa forma. Você dizia que eu era inocente demais mesmo com tanta maturidade, realmente eu era, ainda sou, mas agora com um pouco mais de vida nas dores acumuladas. Esse ano é um ano ímpar, nós éramos par. Fogo e gasolina combinam, mas inflamam...Penso que foi isso. 

Enfim, é só um dia vazio, uma madrugada, eu perdido em uma cidade estranha que já conheço (não há incoerência, nem é figura de linguagem, é sentimento), um dia frio... Odeio dias frios, me lembram a gente... Tudo isso porque troquei o aparelho celular e ao conectar minha conta de e-mail, milhões de fotografias nossas aparecem não sei de onde e nem de que raio, não adiantou nada te bloquear, te excluir, mudar de cidade, você nunca morreu dentro de mim, por mais fraca que esteja a fogueira, oras ela inflama e queima com toda veracidade de um incêndio e sempre deixa marcas, sempre.