Ansiedade e Insegurança
Todos temos algum defeito que nos trai. Que faz com que percamos o autocontrole ou a noção do que é ser chato, patético, infantil ou algo do tipo. Algumas falhas são toleradas com facilidade, já outras difícil de serem compreendidas. Talvez algumas precisem apenas de acompanhamento psicológico, de alguém que cure nossos vazios ou prove-nos que traumas podem ser vencidos. Minha autoestima por exemplo, foi destruída a algum tempo atrás e creio que até hoje não a recuperei e isso causa-me insegurança, que é ampliada para todos os setores da minha vida. Tudo isso, porque fizeram - me acreditar que não sou bom, nem bonito, nem eu mesmo. Tentei fazer o que os outros queriam (era uma questão de aprovação) e foi a pior escolha que eu poderia ter feito. Sentia como se fosse claustrofóbico, enclausurado, como se fosse um peso, um dever para satisfazer alguém que não era eu mas era importante para mim (ao menos naquele momento). Acredito que hoje esta etapa foi vencida, mas sempre que alguém muito bacana, inteligente, dito "muito bonito" pela maioria; se aproxima de mim, sinto - me inseguro, pequeno e tenho medo.
Como uma coisa desencadeia a outra, a ansiedade também é ampliada em um nível acima do comum; daquela de adolescentes e crianças que não dormem ou não comem porque farão a viagem que tanto queriam. Mas agora não sou mais adolescente, não há viagem. Acabo sendo chato, insistente (e como), descontrolado ao ponto de ser ignorado (e ser ignorado é uma das coisas que mais me corrompem por dentro). Não tiro a razão das pessoas quando isso acontece, porque eu tenho noção do quão desagradável sou ao estar ansioso, mas não consigo ter controle, é mais forte que eu.
Sou sensível demais, extremo demais, ansioso demais, inseguro demais e tudo que é demais não é bom. Chego ao ponto de sentir raiva de mim mesmo por agir com tanta insegurança (que causa impulsividade) e ansiedade (que me torna insistente e chato) e fico mal, decepciono-me. Tudo isso desenvolve uma série de defeitos em mim; o que era um ponto vira linha, que vira um emaranhando, que no fim tem muitas reticencias.
Costumo sempre tentar ver qual é o lado bom de tudo; o teatro, a arte, a literatura, a minha trajetória de vida fazem-me olhar as coisas sempre por várias vertentes e assim como Clarice propõe:" Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro"; nunca sabemos ao certo qual defeito que sustenta a gente, sem eles eu não teria aprendido muita coisa. Certamente não compreenderia muita gente e tão pouco construiria a minha identidade. Defeitos podem e devem ser melhorados, mas, de todos que possam existir o único que não podemos perder é aquele que nos faz aprender. E devemos saber que somente quem é de verdade consegue aceita-los. Quem te aceita como é, certamente te fará feliz.
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