Um momento

O peso dos anos parece inevitável, estou em crise dos vinte e tantos.
Como se daqui para frente todos os meus caminhos fossem decisivos para o resto da minha vida, tudo bem que boa parte vai ser, mas não tem que ser assim, afinal somos ou não responsáveis pelo nosso destino ?
Acabo de voltar de férias, voltar a cidade natal, encontrar família, amigos e já sinto que não cumpri bem o meu papel nesse período, foram poucos abraços de mãe, foram poucos encontros em casa, foi pouco tempo para ver a lua sentado na calçada, mas afinal quem ainda faz isso ? Não sei se as coisas mudaram porque fiquei mais velho ou se elas nunca foram na verdade como eu pensei ser. E isso dói. Corrói.
Sabe quando você abandona tudo que era seguro? Eu fiz isso, estou em um navio que quer sempre ir para baixo, eu não deixo, seguro, viro pirueta, me equilibro de todas as formas imagináveis, mas é preciso ter uma mão que nos acolha....
Então, em um momento eu vejo que meus olhos não suportam mais ser tão autoconfiante, tão firme, tão propenso ao NÃO sem se quebrar, lavo meu rosto com lágrimas delicadas que carregam o gosto salgado de tudo que ficou guardado. Elas saem sem domínio, sem controle.
Mas nem tudo está perdido no mundo, devemos ser humildes em pedir ajuda, pedir abrigo, abraço, colher o que plantamos, dar um voto de confiança a quem quer que seja. Deus envia anjos que tentam amenizar um pouco essa sensação incomoda, pelo menos até a hora de deitar na cama e poder ver o lado bom de tudo que nos acontece, de todos os medos, anseios... Porque no fim, o que podemos esperar é que um novo dia nasça e possamos seguir lutando, enfrentando nossos monstros, porque sim, somos responsáveis por nosso destino e percebemos que esse era só um momento dos muitos que virão, então que sirva de bagagem!

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