A fútil que e magnífica rede social
Vivemos uma vida de mentiras.. Se não todos, 99,99% de nós. Ainda não consegui entender se somos nós, humanos, tão frágeis a ponto de estarmos presos as redes sociais e todo colapso que ela nos proporciona, ou se ela é tão fútil que e magnífica ao ponto de acharmos que podemos nos livrar dela sem danos... sejam eles quais foram. A abstinência das informações, dos contatos (?) nos inquieta.
Mas, essa nem é exatamente o que quero dizer. Não estou falando apenas das Fake News que elegem presidentes, das lives que enganam fiéis, ou das difamações causadas por pessoas preconceituosas, machistas e até, desumanas. Não, eu falo das mentiras sociais que temos não só para ganhar likes. Eu falo de sorrisos que escondem tristeza, de ir a lugares bonitos, luxuosos, de mostrar sempre uma vida que tende a parecer perfeita.
Isso não é apenas sobre uma máscara social, mas também o mal estar da sociedade moderna. A autoexposição chega a ser assustadora, as vezes. Entretanto, o nosso subconsciente se sente em ecstasy quando o assunto é a intimidade do outro. Chega a ser perturbador conhecer os desejos e vontades do outro. É revoltando como o outro grita nas redes sociais, como ele se mostra tão diferente daquele que conhecemos pessoalmente. É frustante ver que alguém não é tão boa pessoa quanto parece por um comentário em alguma publicação, pelo seu feed cheio de postagens tão mesquinhas e retrogradas. A novela da vida real é ficção nas redes sociais. E nós, brasileiros, somos mestres em histórias, séries, viciados em novelas, só que agora, construímos a nossa, sendo a personagem principal.
Não é atoa tantas doenças psíquicas, tantos suicídios, tantos abandonos emocionais, morais... Tantos valores desprezados em palavras que tornam-se registros viralizados, memes, repressão ou revoltas coletivas. Será que todo esse caus não foi pensado? Porque será que, sabendo de tantas consequências negativas, ainda estamos online, conectados (?). Porque cheios ainda nos sentimos cheios do vazio?Claro, nem tudo é arame farpado, há flores, frutos, mas, entre mortos e feridos, estamos todos afetados, vivendo um eu que é bonito em frente ao espelho e que não percebe os próprios reflexos. Somos todos uma grande mentira.
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