Isso não é um adeus, é um cartão de visita.
Faz um tempo que eu estou me reconectando comigo mesmo, tentando entender o porquê eu me permito viver menos do que mereço. O motivo de sempre querer cuidar de alguém e não saber receber cuidado. Compreender o quão assustador pode ser estar consigo mesmo no mais sincero sentimento referente a isso. A gente saí por aí dizendo que se ama, que se valoriza, mas na prática acaba permitindo relações abusivas, cortes dos próprios sentimentos em detrimento do outro por medo da solidão, da aceitação, da aprovação de alguém.
Minha ultima relação foi a mais leve. Descobri nela um amor que eu achei que havia perdido, tanto em mim quanto no acreditar no outro. Fui convencido de que era amado e me deixei levar por esse sentimento mesmo que a ações me mostrassem o contrário porque no fundo eu queria amar de novo. E, posso dizer, EU AMEI. Amei como um adolescente, mas com mais maturidade. Muito diálogo que era mais um monólogo. E, sim, muita empatia. Até certo ponto era tudo isso mesmo, amor, compreensão, empatia. Até que chegou no momento do "eu me amo e não permitir que essa situação aconteça comigo", mas eu permiti. Fechei os olhos da razão e deixei meus sentimentos e meus desejos me guiarem para o abismo de mim mesmo.
Eu nunca terminei uma relação e, talvez, isso signifique que eu acredito demais nas pessoas, em suas transformações, mesmo sabendo que, para alguns, o conserto não pode ser comigo. A raiva e a culpa das minhas permissões causaram em mim uma dependência emocional alheia. Me apego, me agarro. Sou uma pessoa difícil de conviver. Mas, nunca duvide quando eu disser que te amo. Nessa imersão, descobri eu quero amar de novo. Quero dividir minha vida, minha casa, meus amigos, minha família. Quero alguém que ande do meu lado mesmo que não me entenda completamente, já que nem eu sou capaz disso ainda. Quero alguém que não fique em silêncio ao ouvir " eu amo você". Quero alguém que me abrace do nada, que me faça rir, que me traga uma versão melhor de mim. Que ria das minhas danças ruins e dance comigo, que chore no meu colo e não se sinta envergonhado por ser quem é. Que me apresente para o mundo e sinta orgulho do que estamos construindo.
Eu quero algumas ilusões amorosas sim, quero a utopia em vários momentos. Mas, não posso ser outro, menos intenso, menos chato, menos irritante, menos social. Eu sou este, cheio de virtudes e com imensos incômodos para alguns. Eu já me aceitei, não posso esperar que outro se aceite. Espero que possamos encontrar a luz que buscamos e que nesse meio caminho eu não sinta saudade de quem eu já fui, pois estarei em uma versão melhor de mim mesmo.
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