Sobre Amar
Como acontece o amor? Quem define o que ele significa?
Eu li que o amor é inexplicável, talvez seja mesmo, porque
cada um sente de um modo.
Em tempo de imagem, o amor se tornou solúvel, se dissolve e
se dissimula rapidamente; ama-se hoje, amanhã outro alguém mais bem apessoado
torna-se amor.
Que ciclo vazio esse.
Será que a palavra amor perdeu sua capacidade de sentir?
Drummond diz que se você acorda e dorme pensando em alguém:
isso é amor. É fácil amar o belo, o perfeito, o externo; que para mim não é
amor e sim desejo, e ele também consome dia e noite dos pensamentos.
Quando amo, eu sinto frio na barriga só em pensar em seu
nome. Quando amo, eu amo seus valores e seus defeitos. Algum poeta disse que
devemos amar por inteiro; eu amo assim.
Claro que a imagem atrai, mas só ela não sustenta o amor. A
maturidade, o intelecto, o seu eu, a sinceridade- isso sim alimenta o meu
sentimento.
É difícil amar; o cúpido gosta de brincar de “quadrinha”
como descreve Drummond. Martha Medeiros
diz que o amor acontece quando a gente não espera, não procura - que ele
simplesmente acontece. Diz também, que podemos amar mais de uma vez na vida e
que sempre poderemos ter o amor zero KM, aquele que vai mostrar novos caminhos.
Concordo com ela. O amor acontece no inesperado, de repente.
No meu caso é sempre no momento em que o que eu mais queria era não acumular
sofrimento. Sempre fui persistente com meus sentimentos e há alguns anos decidi
não mais fugir deles. A psicologia me ensinou que quanto mais eu expor o que eu
sinto (seja pela fala, através de um abraço ou um escrito no papel...) melhor
será a maneira como lidarei comigo mesmo.
Já fui generoso. Já deixei amores para que fossem felizes
mesmo que sem mim, mas cheguei a conclusão que isso é loucura demais, épico
demais, ultrarromântico. E quando eu me amei de verdade, pude perceber que
felicidade nenhuma poderia custar a minha e assumir isso não é egoísmo; e sim
aceitar que eu não sou perfeito e nem tão pouco nobre a todo tempo.
Essa é minha arte de amar e ser entregue ao sentimento, sou
extremo. Amo pelo que você é e não pelo que eu penso que seria. Amo o interir
não o externo, mas não o descarto. Falo demais porque as palavras me ajudam, me
curam, me salvam de mim mesmo.
“ E se amar você é um crime eu aceito a sentença, porque
amar você é um crime, é um crime que compensa. E se amar você é crime, talvez
eu viva para sempre como um fora da lei.”
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