Culpa
E de repente eu senti que todos os medos do mundo pertenciam a mim. Senti que eu era responsável por todo mal que me rodeia. Senti que havia uma dor dentro de mim que não podia sair de minha alma. Senti que devia expelir lágrimas, mas elas estavam presas nos olhos. Senti que o coração ardia e me contorcia por dentro. Senti que estava perdido, desolado e sozinho. Senti que sorrir para as pessoas não me tornava mais forte. Senti que a minha alegria era a forma de manipular a solidão. E de nada adiantou ler meus livros preferidos, ver as melhores séries e filmes, caminhar, correr, dançar. Senti que estar com os “amigos” não me preenchia, senti que apesar de ter tudo, tudo me faltava. Senti que a fraqueza fazia parte de mim e me alcançava toda vez que dava um passo à frente. Senti que havia pouca fé, embora estivesse na casa de Deus. Senti tontura, senti o coração acelerar.
Sabia que um abraço apertado era capaz de regenerar meu eu, sabia que chorar me libertária, sabia que escrever me acalmaria, mas sentia que não poderia usar as palavras para descrever esse momento. Sabia que não queria julgamentos, preciso mais de silêncios em companhia do que de conselhos em uma roda de bar. Eu sabia o que deveria fazer, a quem abraçar, com quem chorar, onde escrever; mas nada e ninguém estavam perto de mim. E quando estavam, faltava-me o coração para olhar nos olhos e pedir socorro. Então, um dia eu abracei alguém e me regenerei, no outro eu deitei em meu quarto e as lágrimas pulsaram de meus olhos; então eu vim aqui colocar a desordem que há dentro de mim em palavras organizadas para fazer sentido para você que está lendo isso. E eu me comovi comigo mesmo. Daí para frente eu sei que passo dar e entendo que caminho seguir e, talvez por isso, eu me torne um rio de lágrimas, mas que segue em frente sem olhar para trás.
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