Isso não é uma Despedida

Isso não é uma despedida
A gente nunca sabe quando vai acontecer; mas a vida faz com que as coisas sejam como devem ser. Um dia você acorda e recebe uma mensagem: quero te ver! Daí você vai e fica para sempre; ou quase isso.
Nos conhecemos assim: no susto e tudo foi sendo assim dalí para frente. Essa semana eu fui à praia e fiquei pensando nessa relação, como a que tive com o mar, como ele me ensinou a cada minuto. Então, tá aí, seguindo, nem sempre o susto é bom, porque a gente fica com medo do que vem, da intensidade da onda, da profundidade do mar, a gente tem medo de pular de cabeça e se machucar.
Mas, é inevitável: a queda na água é boa, a gente aproveita aquela sinestesia de quente e frio, medo e felicidade, até que uma hora a gente precisa voltar. Subir no barco. A gente sobe, se sente mais seguro; tem uma desequilibrada aqui, outra lá, mas tá em pé, controla todas as ações.
Eu fui extremamente feliz, vivi sensações que eu havia esquecido, boas e ruins. Tive frio na barriga, tive o coração acelerado e agradeci a Deus por aqueles momentos. Também fui egoísta muitas vezes, turrão e duro com meus sentimentos. Me emocionei e escondi o choro, me senti fraco e quis parecer forte, me tranquilizei quando estávamos em paz.
Só que a vida também é engraçada, quando eu estive mais aqui, do que em qualquer outro lugar, ela me disse: agora é sua vez de ficar sozinho, de se reconectar consigo mesmo. De viver aquilo que espera à todos nós em algum momento: é tempo de solidão. Não que isso seja ruim, tudo tem dois lados, mas será que é isso que eu quero?
Falando novamente do mar, a gente precisa descer do barco, caminhar na areia, ver as pessoas passarem, observar outras pessoas pulando no mar, a gente precisa ir embora uma hora. Nada dura para sempre, e é nesse momento que dói. Porque eu sou apegado as histórias, as emoções que senti, aos erros que cometi, as lágrimas que não dei. Certa vez eu disse que só choraria se fosse de alegria, descumpri essa promessas algumas vezes, mas, hoje, mais maduro talvez, eu sei que não podemos prever nada, apenas conduzir o nosso caminho e esperar que o Cara lá de cima esteja pensando como nós.
Uma vez me disseram que eu tinha um grande problema: era inocente demais para algumas coisas e duro demais para outras; acho que estavam corretos. Ainda sou assim, depois de tanto tempo.
Bem, mar, barco, onde quer que esteja. Saiba que meu amor é recíproco e que talvez as circunstâncias não nos fizeram permanecer no mesmo oceano, por não aceitarmos que não precisamos e nem devemos ser iguais. Continuarei agradecendo o mar por tantos ensinamentos e o visitarei, nem que seja em meus sonhos.
Viva a arte de viver e sentir. Até breve, meu companheiro.

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